Troféu Ibérico de 10.000 metros



Nos últimos anos regressou aos calendários o Troféu Ibérico de 10.000 metros, prova que terá lugar no próximo sábado, em Huelva (Espanha). Esta competição, que se realiza desde 2011, é a descendente directa do Campeonato Ibérico, iniciativa idealizada pelo saudoso professor Mário Moniz Pereira, para colocar em competição (à altura) os dois melhores países europeus na distância, e que procurava colmatar um défice de realização de provas nesta distância. O campeonato realizou-se durante seis anos (de 1991 a 1996) e o agora troféu já conheceu seis edições.
Estabelecendo um paralelo, da tradição apenas se mantém a oportunidade para os atletas ibéricos competirem, poupando uma data, sendo que todos competem pelos seus clubes sendo os melhores agrupados para uma classificação colectiva oficial final, que Portugal venceu em masculinos os dois primeiros anos (2011 e 2012) e em femininos tem três vitórias, também nos dois primeiros anos e em 2015, curiosamente em Huelva, que repete este ano a realização da prova.
Este ano, como acontecera o ano passado, a prova complementa-se com a realização dos campeonatos nacionais dos dois países (Espanha e Portugal, por ordem alfabética), que são uma espécie de versão aberta, já que estarão presentes atletas de outros países que rumarão a Huelva para uma primeira oportunidade de conseguirem mínimos para a Taça da Europa da distância (em Junho) e para os Mundiais de Londres (em Agosto).

Os rankings...

Os atletas dos dois países têm comportamentos diferentes em relação ao género, com mais destaque espanhol em masculinos e português em femininos.
Fomos dar uma olhadela pelos rankings do ano passado, colocando em observação o desempenho dos dois países ibéricos e ainda dois países com forte competição a nível de corta-mato, geralmente indicador importante do comportamento dos seus atletas nas distâncias mais longas de pista. Assim, procurámos olhar para os rankings de Portugal, França, Espanha e Grã-Bretanha, estes dois últimos países os que se fizeram representar em maior número nos últimos mundiais de corta-mato, ao invés de Portugal e França, "ausentes".
Então, na lista dos 20 melhores atletas do conjunto dos quatro países, a liderança pertenceu ao britânico Mo Farah (26.53,71), de cuja nacionalidade contabilizámos mais sete atletas neste conjunto. A Espanha contou também com oito atletas (o melhor ficou na terceira posição, com 28.07,14, a mais de um minuto de Farah), a França com três (o melhor fez 29.03.54, 12º) e o melhor português (14º no conjunto), foi Bruno Albuquerque (29.07,10).
Em femininos, a liderança do conjunto pertenceu a Ana Dulce Félix (31.19,03), acompanhada por mais quatro lusitanas no top-20, mas Portugal foi ultrapassado na quantidade com 11 atletas britânicas (a melhor delas logo atrás de Dulce, com 31.33.44), enquanto a França registou três atletas (a melhor, em 6º lugar, com 32.06.23) e a Espanha apenas uma (7ª, com 32.09,67).

Huelva 2017 promete

Para a edição deste ano, a cargo dos espanhóis, que escolheram Huelva, estarão 27 portugueses (7 juniores, 4 esperanças e 16 seniores) e 16 portuguesas (4 esperanças e 12 seniores), as provas prometem, já que os organizadores asseguraram lebres (4 nos homens – um é queniano -, e duas nas mulheres – uma queniana), e registam nomes importantes na lista de inscritos, como os espanhóis António Perez, Daniel Mateo e José España, em homens, no que terão a oposição de Bruno Albuquerque, Helder Santos, Hugo Correia e Bruno Paixão. Em femininos, os principais nomes são os de Sara Moreira (vencedora precisamente em Huelva, há dois anos), Carla Salomé Rocha, Catarina Ribeiro e Inês Monteiro.
Em termos de melhores marcas deste ano, elas pertencem a dois britânicos. Em masculinos, a Mathew Leach (28.45.48), em femininos, a Eilich McColgan (32.10.59).
A lista de inscritos do Troféu Ibérico está no site da Federação Espanhola (rfea.es).



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