Números e figuras do Mundial de corta-mato


(Kenenisa Bekele)


A propósito do Campeonato Mundial de corta-mato que decorrerá no próximo domingo em Kampala, no Uganda, fomos espreitar o excelente trabalho (Facts & Figures) do famoso estatístico Mark Butler.
E logo a abrir uns números impressionantes: já estiveram nas 41 edições do Mundial (de 1973 a 2015), 11297 atletas de 172 países, dos quais apenas quatro estiveram em todas as edições: Espanha, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Portugal, que este ano apenas está representado apenas por duas atletas juniores (Beatriz Rodrigues, do Águeda, campeã nacional, e Catarina Guerreiro, do Sporting, vice-campeã), surge logo no segundo ponto do trabalho sendo a edição que realizou em Vilamoura (2000) a que teve mais atletas a participar: 806!
Em termos de maior número de medalhas, o Quénia lidera com 304, seguido da Etiópia com 255 e dos Estados Unidos com 63. Portugal é oitavo nesta classificação com 22 medalhas.
Em termos individuais, o etíope Kenenisa Bekele arrasa. Tem 27 medalhas (entre individuais e colectivas), das quais 16 de ouro (12 de triunfos individuais!). Em femininos, também é uma etíope, Workenesh Kidane quem tem mais medalhas (21), mas em termos de ouro o título pertence a Tirunesh Dibaba, que tem 14 (cinco individuais e 9 colectivas).
(Carlos Lopes venceu no Jamor, em 1985)


Vamos agora a outras estatísticas, que envolvem portugueses. Carlos Lopes é o mais velho campeão de sempre, ao conseguir em Lisboa o seu terceiro título em 1985 (os outros foram em 1976 e 1984), com a idade de 38 anos e 24 dias, no entanto o neozelandês Jack Foster é o mais velho medalhado (ouro colectivo em 1975, com 42 anos e 297 dias). A mais velha a sagrar-se campeã foi Edith Masai, que venceu o crosse curto de 2004 com 36 anos e 34 dias.
No que concerne a atletas que mais vezes competiram no Mundial, o português Domingos Castro é o campeão de presenças com 18 momentos na linha de partida, entre 1982 e 2003, e a sua melhor classificação foi o sétimo lugar em Aix-les-Bains. E, para além disso, a recordista de presenças femininas também é portuguesa: Conceição Ferreira, com 17 participações. A somar a isso, a minhota conseguiu uma medalha de bronze em 1994!
Já agora, outra portuguesa, Albertina Dias, é uma das duas únicas atletas que conseguiram todos os lugares do pódio individual (ouro, prata e bronze). A outra é a britânica Paula Radcliffe.
Finalmente, embora regressando à estatística das participações totais, em 2015 registaram-se alguns dos piores totais desde 1982 (!) com 410 concorrentes (em 2013 foram 398!), com a Europa a ter o seu mais baixo número de sempre: 66 participantes.
Segundo as previsões para este ano, de acordo com as listas de inscrição, haverá um incremento de participantes (557 no total), muito à conta de África, que tem 312 inscrições, sendo essa a sua maior percentagem de participação de sempre: 56 por cento. Os Europeus, que já contabilizaram 85,9 por cento de participações, e que no ano recorde (2000 em Vilamoura), registavam uns expressivos 40,3 por cento, ficam-se agora pelos 13,8%. Ainda assim à frente da América do Norte (54 participantes, 9,7%), da Oceania (24, 4,3%), da Ásia (69, 12,4%) e da América do Sul (21, 3,8%).

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