Fundistas testam em autódromo da F-1



O projecto da Nike de proporcionar condições para um atleta bater o recorde mundial de maratona colocando-o abaixo de duas horas, começa a revelar-se nos seus pormenores, e na passada terça-feira, o circuito italiano de fórmula 1 em Monza recebeu os “ferrari” escolhidos pela marca norte-americana.
Foi um dia em que não foram os conhecidos Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel que voaram baixinho em Monza, mas sim os fundistas Eliud Kipchoge (Quénia), Lelisa Desisa (Etiópia) e Zersenay Tadese (Eritreia), o trio escolhido para a tentativa do recorde mundial.
Foi um momento em que o trio participou num ensaio geral na oval italiana, na distância de meia-maratona. Neste teste, Kipchoge foi o melhor, completando o percurso em 59.41 minutos. Desisa foi o mais lento, com 1h02min55s, atrás do recordista mundial, Zersenay Tadese, que em Lisboa correu em 58.23 e que em Monza fez 59.41. Os atletas já usaram os novos modelos de sapatos Zoom Vaporfly Elite (ver artigo na secção equipamentos).
Segundo a Nike, após imensos locais e provas de maratona que se realizam em todo o Mundo, para tentar optimizar todos os factores que podem influir na tentativa de recorde mundial – clima, terreno e superfície, por exemplo –, concluiu que a pista de Monza oferecia uma boa combinação dessas condições. A temperatura local oscila em torno de 12 graus Celsius, o céu normalmente está nublado (minimizando a carga de calor ) e as correntes de ar não apresentam mudanças de direcção drásticas.
A marca anunciou que, para esta decisão, muito contou o estudo das condições atmosféricas com base nos registos diários de seis anos (!) e que o percurso está de acordo com as regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), já que cumpre os critérios de início e fim separados por não mais de metade da distância total da corrida e uma perda de elevação não superior a um metro por quilómetro.


Nike Zoom Vaporfly Elite


Também na passada terça-feira a Nike revelou o seu último modelo de sapato, o Zoom Vaporfly Elite, desenvolvido para que o trio de fundistas composto pelo queniano Eliud Kipchoge, o etíope Lesisa Desisa e o eritreu Zersenay Tadese, possa correr uma maratona abaixo de duas horas ainda durante este ano.
O modelo de sapato é a principal novidade do projecto Breaking2, campanha multidisciplinar da marca que envolve especialistas de diferentes áreas, como a biomecânica, treino fisiologia, design e engenharia para que se possa alcançar essa objectivo máximo de bater as duas horas.
Segundo a marca, as tecnologias usadas no Zoom Vaporfly Elite, que será personalizado para cada um dos atletas, serão utilizadas em dois modelos comerciais: o Zoom Vaporfly 4% e o Zoom Fly, que devem chegar às lojas europeias no mês de Junho.
Segundo a comunicação da empresa, «alimentada por uma paixão pela corrida, a Nike começou a trabalhar em 2013 num calçado que apresentasse soluções específicas para a maratona. Um ano mais tarde, o esforço transformou-se num compromisso sólido com a diminuição da marca para menos de 2 horas, levando à criação do Breaking2».
De acordo com a marca, os três sapatos têm enfase na redução de peso, maximizando a aerodinâmica e oferecendo mais amortecimento. Foram usadas na composição dos sapatos placas de fibra de carbono, titânio, nylon de fibra de carbono, além de espumas especiais que prometem um retorno de energia até 85%.
Curiosamente, recorde-se que no final de Fevereiro a Adidas lançou o adizero Sub2, também desenvolvido com a finalidade de baixar das duas horas na maratona, sapatos dque o queniano Wilson Kipsang utilizou na Maratona de Tóquio que viria a vencer com recorde do percurso em 2h03m58s.

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